Ontem, de novo, a rua Capachós, no Jardim Pantanal (zona leste de São Paulo), encheu. Para quem não se lembra, a Capachós foi, durante dois meses, entre o final do ano passado e início deste, a rua-símbolo das inundações causadas pela ocupação desordenada da várzea do rio Tietê. Apareceu em todos os telejornais -intransitável, tomada por um caldo espesso de esgoto misturado a águas de chuva e de rio.
A prefeitura instalou um caminhão munido de bomba d'água que sugava o líquido da rua e o lançava no leito do rio, a poucos metros de onde o calçamento termina.
Na quarta-feira passada, antes do feriado de Páscoa, caminhão e bomba foram retirados. Segundo o subprefeito de São Miguel Paulista, Milton Persoli, responsável pela área, "para que fosse feita manutenção".
Bastaram, contudo, 16 mm de chuva (média do Centro de Gerenciamento de Emergências até as 13h de ontem) para que a rua Capachós, de novo sem dragagem, voltasse a ser tomada pelas águas.
O dado novo em relação às cheias da virada do ano é que, agora, os 1.543 alunos do CEU Três Pontes, na mesma rua, não estão mais em férias. Às 18h15 de ontem, quando se encerraram as aulas, viam-se pais e crianças tentando transpor o aguaceiro imundo.
A maioria dos alunos ganhou da prefeitura um caminho alternativo: a passarela com mais de 300 metros ligando a parte mais alta da rua Capachós à escola. O problema é que, entre os alunos, há os que moram exatamente na área alagada da rua -para eles, a passarela é inútil.
Vicentina de Arruda, 38, uma mão segurando o guarda-chuva, a outra apertada em torno do pulso do sobrinho Pedro, 9, reclamou encolhida sobre uma pedra na calçada: "Isto aqui é água com cocô. A gente paga à Sabesp para ter água e esgoto, mas o esgoto está totalmente entupido."
No auge do drama das enchentes no Jardim Pantanal, a rua Capachós tinha uma tenda da Defesa Civil, da PM, do Corpo de Bombeiros e da Sabesp.
Ontem, só restava a base da PM. Segundo o subprefeito Miguel Persoli, "a empresa que fornece a bomba d'água garantiu que ainda nesta semana voltará a fazer a dragagem da rua".
* "Para quem não se lembra" é uma apresentação reórica (se estou lendo e continuo a leitura, quero me informar, lembrando ou não dos fatos anteriores).
* A informação de "apareceu em todos os telejornais", conforme discutimos em aula, indica o impacto midiático, que depois sossegou e a rua voltou a encher. Mas é verdade também que o texto não chega a ressaltar essa relação, de modo que a expressão fica mais como elemento de coesão no parágrafo. Não seria perda muito grande suprimi-la.
* Não seria mau optar por somente uma das informações temporais em "Durante dois meses, entre o final do ano passado e início deste".
* Economiza pouquinho, mas "a rua-símbolo" poderia ser reduzida para "símbolo";
* No segundo parágrafo, está certo que o caminhão não era exatamente "solução" (pequena ironia do texto original), mas será que retirar essa menção não deixa o leitor na dúvida sobre o resultado da bomba (funciona/não funciona)?
* Faz falta a menção "antes do feriado de Páscoa"?
* "para que fosse feita manutenção" (2o. parágrafo) poderia ser enxugado: "para manutenção".
* No quinto parágrafo, talvez não faça muita falta a explicação do dado novo ("em relação às cheias da virada do ano"). Já se sabe que é dado novo e informa-se que agora os alunos não estão em férias; acho que basta.
* Seria possível encurtar (e tornar mais direta e clara) a frase "O problema é que, entre os alunos, há os que moram exatamente na área alagada da rua -para eles, a passarela é inútil" para algo como "O problema é que a passarela é inútil para os alunos que moram na área alagada da rua".
* Se é para cortar, então "drama" poderia sumir em "no auge do drama das enchentes" (6o. parágrafo); o mesmo para "localizada" em "localizada na parte alta da rua Capachós"
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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