sexta-feira, 14 de maio de 2010

Exercício de classe - Anna

No princípio era a mata. E dessa mata, preenchida por um verde que hoje valeria menção honrosa ao Photoshop, se fez a atual blindagem de concreto da rua Barão de Limeira. Antes, animais transitavam livremente entre árvores e cipós. A cena remete ao enredo de um novo filme do Tarzan, mas era essa a realidade que predominava no ponto hoje conhecido como centro da cidade de São Paulo.


A “invasão” aconteceu aos poucos. Um homem, talvez perdido de seu grupo, acabou indo parar no meio da mata. Gostou do que viu. Decidiu voltar. E voltar mais uma vez. Foi fincando suas raízes _mas raízes artificiais, de madeira cortada e ferro, para construir estruturas que virariam escolas, igrejas, armazéns. Mais adiante, outdoors com anúncios (compre! Agora! Já!) e até lojas de R$ 1,99 que vendem pentes do Zé Bonitinho.


A natureza precisou abrir alas, porque o homem queria passar. Foram-se as árvores, entraram as casas. Primeiro, toscos improvisos de palha e madeira; com o passar do tempo, casarões da época de ouro do café; até chegar ao prédio que abriga a redação da Folha de S. Paulo. Se uma máquina do tempo o jogasse para cinco séculos atrás, você não precisaria sintonizar no Discovery Channel para entender a vida como ela era. Pense nisso.

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