quarta-feira, 23 de junho de 2010

Superliga - Filipe

Enquanto as atletas do Rio pintaram as unhas de rosa, as do Osasco foram de laranja, assim como a cor de seus uniformes, na partida de ontem, no Ibirapuera. As laranjas levaram a melhor.

Com Natália e Jaqueline em um dia inspirado, o Osasco venceu por 3 sets a 2 (25/23, 18/25, 19/25, 25/13 e 15/12). E, após quatro anos perdendo o título para o principal rival, derrubou um estigma de time que "amarela" na reta final.

Curiosamente, o amarelo foi a cor que ornou as unhas da principal jogadora da decisão: a oposto Natália, 21.

"Eu e a [líbero Camila] Brait quisemos ser diferentes e pintamos de amarelo", explicou Natália, entre sorrisos, com sua primeira medalha de ouro da Superliga pendurada no peito.

Com o primeiro set equilibrado (23 a 23), Natália acertou dois ataques que conduziram sua equipe à vitória (25 a 23);

No segundo set o time comandado por Bernardinho reagiu e dominou o jogo, vencendo por 25/18. Nesse tempo, o juiz, Carlos Cimino errou ao marcar como fora, uma bola de ataque de Natália, que havia resvalado do bloqueio de Erika. "Fiquei com muita raiva", disse Natália. A oposta do Osasco foi levou cartão amarelo, o que rendeu outro ponto para as rivais, e passou a virar todas as bolas a partir de então. Foi a maior pontuadora da partida, com 28 pontos (10, somente no tie-break), e a regente da torcida que lotou o Ibirapuera. Cerca de 10 mil pessoas foram ontem ao ginásio.
Na parcial seguinte, o Osasco praticamente atropelou: 25/13.

No tie-break, Natália voltou a crescer. O Rio chegou a abrir 4 a 0 logo no início. Mas Natália comandou a reação e incendiou a torcida, levando o time à virada: 5 a 4.
Daí em diante, os pontos se alternaram até Thaísa ir para o saque quando estava 10 a 9 para o Rio. Com a meio do Osasco no serviço e os ataques precisos de Natália, o time paulista disparou: 14 a 10. O Rio ainda esboçou uma reação, mas em um contra-ataque, Regiane mandou a bola para fora e a torcida no Ibirapuera explodiu.
Lágrimas molharam os olhos das atletas do Osasco. Há um ano, a tradicional equipe de São Paulo quase foi extinta por falta de patrocinador.

Após eliminar na semifinal o São Caetano, cujas jogadoras pintaram de verde suas unhas, a levantadora do Rio, Dani Lins, provocou: "Pega a acetona". Ontem, a acetona sobrou para o time carioca.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Superliga - Aline

Osasco conquista "na unha" a Superliga

Equipe vence Rio após perder título para maior rival nos últimos 4 anos

Com unhas amarelas, Natália marca 28 pontos e comanda vitória de time de SP, que quase foi extinto há um ano por falta de patrocinadores

Garra e união simbolizadas nas unhas. Disputando a sexta final seguida da Superliga feminina, Rio e Osasco lançaram mão de um mesmo elemento motivador para entrar em quadra ontem no Ibirapuera. Enquanto as atletas do Rio pintaram as unhas de rosa, as do Osasco foram de amarelo.
Com Natália e Jaqueline em um dia inspirado, o Osasco venceu por 3 sets a 2 (25/23, 18/25, 19/25, 25/13 e 15/12). E, após quatro anos perdendo o título para o principal rival, derrubou um estigma de time que "amarela" na reta final.
Curiosamente, o amarelo foi a cor que ornou as unhas da principal jogadora da decisão: a oposto Natália, 21. A atleta do Osasco foi a maior pontuadora da partida, com 28 pontos (10, somente no tie-break), e a regente da torcida que lotou o Ibirapuera. Cerca de 10 mil pessoas foram ontem ao ginásio.
"Eu e a [líbero Camila] Brait quisemos ser diferentes e pintamos de amarelo", explicou Natália, entre sorrisos, com sua primeira medalha de ouro da Superliga pendurada no peito.
E a atleta fez, de fato, a diferença nos momentos decisivos.
O título da Superliga foi decidido após um erro do juiz, Carlos Cimino, no terceiro set. Natália atacou, e a bola bateu na mão da Erika. Cimino não viu o toque no bloqueio, assinalou bola fora da Natália e deu ponto para o Rio. A oposta do Osasco foi à loucura e levou cartão amarelo, o que rendeu outro ponto para as rivais. "Fiquei com muita raiva", disse Natália.
Movida por essa raiva, Natália passou a virar todas as bolas a partir do fim do terceiro set e a contagiar o time. A cada ponto, abraçava técnico e colegas como se fosse um gol.
Até o ponto antes do erro do juiz, a história dos últimos quatro anos parecia fadada a se repetir. O Rio, após perder o primeiro set, caminhava para a vitória apoiado em suas qualidades, a de errar pouco, defender muito e não desistir do jogo.
O Osasco, atormentado por apagões nas horas decisivas, encerrou a temporada de forma bem diferente da anterior, quando perdeu o título e o patrocinador. O técnico Luizomar de Moura batalhou muito: conseguiu um novo patrocínio e manteve quase todas as jogadoras.
Após eliminar na semifinal o São Caetano, cujas jogadoras pintaram de verde suas unhas, a levantadora do Rio, Dani Lins, provocou: "Pega a acetona". Ontem, a acetona sobrou para o time carioca.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

AULA 5 - Textos

"Supremo pode "rebaixar" cidades gaúchas"
"Pressão faz governo mudar consórcio"
"Discretas, lan houses de linha pornô se multiplicam"

Resenha - Elton

O livro “A Árvore do Brasil”, de Nelson Cruz, traz para as crianças a história do Brasil de 1800 aos dias atuais. Como o título indica, o assunto tratado é alteração na paisagem brasileira ao longo dos anos, cuja centralidade são as árvores.


As imagens ocupam toda a página e os textos explicativos são curtos e diretos, em linguagem apropriada ao público infantil. Algumas palavras, contudo, podem trazer dificuldades por serem pouco usadas, como “alvenaria”, “tenentismo” e “corsos”. O leitor que não as conhecer de antemão precisará associá-las às imagens. Por outro lado, isso pode contribuir para alargar o vocabulário.


Ao longo dos anos, a floresta dá lugar à cidade, que vai adquirindo melhorias. Casas de alvenaria, bondes, fábrica, carros e prédios são erguidos em torno de uma árvore, única representante de uma era dominada pelo verde.


Essa concepção de história é bastante crítica em relação à vida urbana, que se apresenta, assim, incompatível com uma vida ambientalmente correta.


O passado é idealizado como o momento de equilíbrio entre o homem e a natureza. É apenas no primeiro e no segundo quadros que todas as árvores estão em pé. A “marcha da civilização” é mortal para as árvores.


No final do livro é como se o homem tivesse chegado a um beco sem saída. Vislumbra-se apenas uma parede, sem nenhuma árvore à vista.


Com esse espírito, “A Árvore do Brasil” tem o mérito de alertar para os riscos da degradação do meio ambiente, mas recai no niilismo ao não oferecer nenhuma alternativa.

Resenha - Filipe

A ausência de palavras em “A Árvore do Brasil”, do artista plástico e ilustrador Nelson Cruz, faz com que a história que ele conta transborde as 16 imagens que compõe o livro.

A ocupação da floresta com a construção de uma cidade e, posteriormente, a obra de um muro são dois momentos que tanto podem ser tomados como duas histórias distintas, como dois pontos que se conectam. No espaço, no tempo e pela idéia evolutiva que representam. Evolução que termina no vazio. Extensão dela mesma, a cidade some com o advento do muro e o muro acaba em si.

Com o muro, ele próprio uma invasão da paisagem, também são interrompidos os ciclos de invasão do território. Mas serão mesmo interrompidas ou deixam de serem vistos?

Ao mesmo tempo, outros contrastes se constroem: entre os traços quase infantis de Nelson Cruz e o peso histórico que suas ilustrações representam; entre a figura da árvore _que resiste e assiste à boa parte da história_ e a sua não presença ao fim.

Resenha - Nádia

O livro infantil “A árvore do Brasil”, de Nelson Cruz (editora Peirópolis) conta a história do país por meio de ilustrações ricas em detalhes, que têm como ponto comum a árvore do título. Os desenhos começam com a floresta virgem e mostram, gradativamente, a chegada dos colonizadores, a escravidão e a instalação do povoado que se transforma em vila, com suas casas de alvenaria.


Também são retratados o início da indústria, o governo de Getúlio Vargas, os carnavais e protestos nas ruas. A cada página, vê-se o crescimento constante da cidade, com sua população subindo os morros que a rodeiam. O regime militar não é esquecido, assim como a campanha pelas eleições diretas em 1985.


Em todos esses momentos a árvore está presente, como uma “testemunha da história”. O final do livro deixa ao leitor a tarefa de imaginar o que mais acontece na história do Brasil. Uma boa chance para estimular as crianças a pensarem sobre o passado e imaginarem como construirão o futuro.

Resenha - Aline

Prisioneira da terra


De um invariável ponto vê-se sempre a mesma árvore, única constante de uma paisagem que aos poucos transforma-se radicalmente. Apresentada em uma sequência de 15 quadros que relatam transformações relevantes do país, a árvore é a protagonista do livro de Nelson Cruz intitulado “A Árvore do Brasil”, lançado pela editora Peirópolis.


Contada apenas a partir de imagens com legendas básicas que buscam esclarecer a época que cada quadro retrata, a história desenrola uma cidade que começa a ser povoada a partir de 1840, no espaço que, apenas quatro décadas antes, ostentava uma floresta virgem.


A cidade que cresce ao redor da árvore é carregada pelo tempo que, juntamente com as palavras, é um dos “personagens indefinidos” do livro de Nelson Cruz. Com o passar das páginas surgem nas ilustrações as primeiras casas de alvenaria, as carroças, o primeiro bonde, o carnaval de rua, os corsos e a indústria. Tipicamente brasileira, a mesma árvore também presencia a campanha de Getúlio Vargas, o tenentismo, as greves trabalhistas, o golpe militar e os protestos de rua.


As ilustrações do autor mostram, com riqueza de detalhes, o aprisionamento a que uma cidade se submete, sufocando o pouco de vida que ainda a habita. Sobrevivente até o último tijolo, a árvore do Brasil é escondida. Impossível saber se foi derrubada, cortada ou queimada. A única certeza é de que ela foi claramente esquecida.

Resenha - Luiz Gustavo

Um grande passeio visual pela história do Brasil. Essa é a definição do livro “A Árvore do Brasil”, de Nelson Cruz, publicado pela editora Peirópolis.


Completamente ilustrativa, a obra segue por todos os momentos históricos do país, dos tempos das florestas nativas ao fim do século 20. Nas ilustrações, todo o ambiente muda com o passar do tempo, com exceção de um elemento: a árvore, “personagem” central, que presencia cada alteração sem ser retirada.


A profundidade das figuras permite que o próprio leitor, munido de grande riqueza de detalhes, permite que o leitor crie em sua mente a narração dos fatos. É possível presenciar a chegada dos forasteiros no século 19 e a consequente devastação das florestas, que deu origem à primeira vila. A passagem pelo século 20 define em gravuras seus marcos, como o primeiro bonde e a indústria, a campanha de Vargas, carnaval de rua, a ditadura militar e o movimento das Diretas Já.


O desenvolvimento da humanidade impossibilita a compreensão de que fim levou a protagonista. Um encerramento que, por mais natural e compreensível que seja diante de toda a evolução apresentada pelo livro, atinge bem o objetivo de chocar e levar a uma profunda reflexão.


AULA 5 - Transitividade da escrita

O leitor "irmão" é um risco: escreve-se para si

Escrever para o outro:
  • desautomatizar a escrita, afastar-se do texto
  • pensar como leitor
  • tudo em nome do texto (mesmo os cortes doloridos)
E mais:
  • pensar na variedade de leitores (esse desconhecido)

Resenha - Marcos

O livro “A árvore do Brasil” ilustra a história do Brasil desde antes da chegada da Corte Real até a campanha pelas eleições diretas. Uma árvore, serve como elo de ligação entre as diferentes épocas e personagens.

A primeira ilustração (1800) mostra uma mata virgem, ocupada por indígenas e aves, exemplificando a boa convivência entre humanos, animais e a floresta. A árvore, cercada de vegetação semelhante, não se destaca.

Com a “chegada dos viajantes, naturalistas e caçadores (1820)”, os únicos animais que aparecem em destaque já estão domesticados. Na ilustração seguinte, chamada “Instalação do povoado” a floresta está devastada, dando destaque à personagem central.

Vinte anos depois, a escravidão já é bem visível na estrutura da sociedade e a paisagem natural torna-se escassa. Já em 1880 o verde torna-se apenas uma cor ao fundo da cidade.

Com a chegada da eletricidade e indústria, as ruas ficam mais vazias e organizadas. A árvore aparece como um elemento estranho na paisagem de concreto.

Em 1920 nota-se a desordem, quando Getúlio Vargas chega ao poder, em meio a greves e protestos.

Em 1960 os morros estão tomados de barracos, existem tanques nas ruas e militares e civis em conflito, que resultou no golpe militar. Vinte anos depois, a população está novamente nas ruas, dessa vez cobrando eleições diretas.

O livro termina com a história, a árvore e a cidade ficando esquecidas, atrás de um muro construído por operários.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Resenha - Thaís

A passagem do tempo, a mudança na paisagem, a história do Brasil

No ano de 1800, o território correspondente ao que hoje é o Brasil era coberto por uma densa floresta virgem. Viviam nas terras tropicais comunidades nativas nômades que se amedrontraram com a chegada, em 1820,de viajantes naturalistas e caçadores.

Os viajantes compuseram seu primeiro povoado em 1840. Ergueram cabanas usando como matéria-prima os troncos das árvores e introduziram o costume da vestimenta. Não demorou mais de 20 anos para que se instalasse a primeira vila.

Em 1880, as primeiras casas de alvenaria davam o tom da mudança na paisagem tropical. Construções com dois, às vezes três andares, exigiam mais troncos de árvores, mais folhas, mais terra. Não foi inesperada a implantação do primeiro bonde, em 1900. A carroça garantia o transporte urbano e servia a indústria que engatinhava no Brasil.

O gaúcho Getúlio Vargas foi às ruas fazer campanha, defendendo greves, conquistou apoio popular em um movimento conhecido como tenentismo. Estávamos em 1920. Em 1940, a cidade já pulava carnaval na rua e quando a festa acabou, os militares deram um golpe de Estado (1960). Os brasileiros foram forçados a esperar 20 anos para fazer campanha pelas eleições diretas.

O processo de urbanização já não tinha volta. A árvore do Brasil ficava cada vez mais rara quando as estruturas metálicas sinalizavam as paredes. Os operários assentavam tijolos para a construção da parede do empreendimento e o reboco, por fim, tapou a vista.

Resenha Felipe - refeita

A árvore bicentenária

No fundo da mata virgem nasce a protagonista da história. Silenciosa, ela não chega a ser heroína de nossa gente, mas se transforma, mantém-se presente e simboliza períodos marcantes da história do país. Presencia profundas mudanças sociais –por ser discreta ou respeitada, não se sabe ao certo. Identificar qual o seu papel fica para o leitor de “A Árvore do Brasil”, do ilustrador Nelson Cruz.

Lançado no ano passado, o livro infanto-juvenil do autor mineiro é baseado em ilustrações. No final da obra até existem legendas que ajudam a compreender uma ou outra imagem. Mas os traços coloridos e centrados em detalhes geralmente são suficientes para narrar a transformação de uma paisagem, onde permanece a personagem bicentenária.

O local genérico (cabe ao leitor decifrá-lo) começa com muitas árvores e alguns índios, recebe os primeiros viajantes, desenvolve-se como povoado, apresenta a indústria e o primeiro bonde e sedia manifestações como a campanha getulista, os protestos contra a ditadura militar e o movimento pelas eleições diretas.

Com esse enredo simples e ao mesmo tempo profundo*, o livro é lúdico e pode ser uma boa ferramenta para a sala de aula, em diferentes disciplinas. Mesmo imóvel**, a árvore percorre contextos até sugerir um futuro incerto, aberto a interpretações distintas. É mais uma tarefa que concede ao leitor: imaginar seu destino.




* Não achei melhor palavra para mostrar essa antítese que percebi no enredo. Você tem alguma sugestão de sinônimo, ou mudaria a construção?



** Outra antítese: achei interessante destacar que, sem sair do lugar, uma árvore consegue percorrer diferentes contextos. Ficou melhor ou continua estranho?

Resenha - Grazielle

O livro de imagens “A Árvore do Brasil”, publicado em 2009 pela editora Peirópolis, é de autoria de Nelson Cruz. O ilustrador conta nas gravuras a história de uma árvore que sobrevive a vários séculos como testemunha da colonização brasileira.

De maneira lúdica e com um traço quase infantil, a história mostra ainda as transformações da paisagem do entorno da árvore com o passar do tempo. A primeira ilustração representa a floresta virgem, em 1800. As imagens seguintes simulam, com intervalos de 20 anos, outros momentos históricos e visuais do país.

As mudanças do local começam a ficar visíveis com a chegada de viajantes, naturalistas e caçadores, e desenvolvem-se a partir da formação de um povoado _que evolui para transformar-se em uma vila com os primeiros jesuítas e escravos. As casas de alvenaria surgem pintadas, com as cores vibrantes usadas em toda a obra, na imagem de 1880.

As construções sobem os morros enquanto os anos de 1900 trazem às gravuras os bondes, as carroças e as primeiras indústrias. No campo dos eventos, a árvore é cenário das greves e do tenentismo da Era Vargas, de carnavais de rua e de protestos contra o golpe militar.

A surpresa do final do livro começa a se desenhar na ilustração das manifestações pelas eleições diretas, em que a primeira viga de uma construção é colocada no local. Ela termina sufocando toda a história.

A obra é uma ótima oportunidade para as crianças aprenderem sobre o desenvolvimento do país e também sobre as transformações do meio ambiente associadas à evolução da nossa sociedade.

Resenha - Carolina

Em um primeiro momento, acompanhar apenas as imagens retratadas no livro “A árvore do Brasil”, do ilustrador Nelson Cruz, ignorando as legendas que as acompanham, é um exercício confuso. O olhar, acostumado a lidar com sequências óbvias de imagens, demora a apreender a complexidade de informações dispostas por Cruz.

São 15 ilustrações retratando um mesmo local e suas mudanças temporais. A primeira mostra um cenário de pura mata virgem, e a última, o concreto fechando totalmente a visão do leitor. À medida que a sequência avança e a cidade toma conta, ganha destaque um elemento até então disperso na paisagem: uma árvore frondosa, a única testemunha restante de todas as mudanças retratadas.

Por trás de cada imagem, há muito mais do que passagem clara entre início de civilização e dias atuais. Há todo um retrato da história do Brasil, mesmo que em elementos “escondidos” ou misturados à paisagem: da escravidão à primeira indústria, da Era Vargas ao carnaval de rua, do golpe militar às Diretas Já. Nem todos estão presentes de forma escancarada, mas forçam a busca por referências e um olhar mais atento.

Em determinado sentido, “A Árvore do Brasil” é um livro que permite múltiplas interpretações: é possível lê-lo da forma citada, como uma sequência de acontecimentos, ou de forma individualizada, mergulhando em cada ilustração. São diferentes focos, do mais aberto ao mais fechado, dos quais o leitor pode se valer.

Resenha - Felipe

A árvore bicentenária

No fundo da mata virgem nasce a protagonista da história. Silenciosa, ela não chega a ser heroína de nossa gente, mas se transforma, mantém-se presente e simboliza períodos marcantes da história do país. Presencia profundas mudanças sociais –por ser discreta ou respeitada, não se sabe ao certo. “A Árvore do Brasil”, do ilustrador Nelson Cruz, deixa para o leitor a tarefa de identificar qual o papel dela.

Lançado no ano passado, o livro infanto-juvenil do autor mineiro conta apenas com ilustrações. As legendas no final da obra ajudam a compreender uma ou outra imagem, mas no geral os traços coloridos, centrados em detalhes, conseguem narrar a passagem do tempo por meio de uma mesma paisagem, com a personagem bicentenária.

O local genérico (cabe ao leitor decifrá-lo) começa com muitas árvores e alguns índios, recebe os primeiros viajantes, desenvolve-se como povoado, apresenta a indústria e o primeiro bonde e sedia manifestações como a campanha getulista, os protestos contra a ditadura militar e o movimento pelas eleições diretas.

Com esse enredo simples e ao mesmo tempo profundo, o livro é lúdico e pode ser uma boa ferramenta para a sala de aula, em diferentes disciplinas. A árvore imóvel percorre contextos até sugerir um futuro incerto, aberto a interpretações distintas. É mais uma tarefa que concede ao leitor: imaginar seu destino.

"A Árvore do Brasil”
Autor: Nelson Cruz
Editora Peirópolis
Avaliação: muito bom

sexta-feira, 21 de maio de 2010

AULA 4 - Textos

Bispo diz que Universal ajudou país na crise

Em vídeo, bispo da Universal ensina a arrecadar na crise

AULA 4 - Exercício de casa

Reescrever o texto Osasco conquista "na unha" a Superliga , incorporando as informações dos dois parágrafos iniciais da coluna A raiva da Natália , mas mantendo o tamanho.
Se necessário, mudar título, linha fina e lupa.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Exercício de classe - Aline

Mais antiga árvore do RJ é derrubada

A mais antiga árvore da cidade do Rio de Janeiro foi derrubada na tarde de terça-feira para dar lugar à construção de um novo prédio do banco Safra. A árvore, que alcança mais de onze metros de comprimento, ficava na avenida Rio Branco e, de acordo com a prefeitura, tinha mais de cinco séculos de vida.

O corte da árvore do tipo Paineira, apesar de não ser uma das espécies protegidas por lei municipal, causou polêmica entre os moradores do centro. Eles organizaram uma manifestação para tentar impedir a derrubada. “Ela [a árvore] é mais viva que qualquer um aqui, ainda tem muita história pra contar”, afirmou a aposentada Georgina Maria Teodoro, enquanto abraçava a Paineira. A assessoria do banco Safra afirma que comerciários do bairro já haviam solicitado à prefeitura o corte da árvore temendo que ela fosse derrubada pelas chuvas.

Desde o início do ano, 27 árvores com mais de cem anos, que não estão protegidas pela lei municipal, foram derrubadas na cidade do Rio de Janeiro.

Exercício de classe - Anna

No princípio era a mata. E dessa mata, preenchida por um verde que hoje valeria menção honrosa ao Photoshop, se fez a atual blindagem de concreto da rua Barão de Limeira. Antes, animais transitavam livremente entre árvores e cipós. A cena remete ao enredo de um novo filme do Tarzan, mas era essa a realidade que predominava no ponto hoje conhecido como centro da cidade de São Paulo.


A “invasão” aconteceu aos poucos. Um homem, talvez perdido de seu grupo, acabou indo parar no meio da mata. Gostou do que viu. Decidiu voltar. E voltar mais uma vez. Foi fincando suas raízes _mas raízes artificiais, de madeira cortada e ferro, para construir estruturas que virariam escolas, igrejas, armazéns. Mais adiante, outdoors com anúncios (compre! Agora! Já!) e até lojas de R$ 1,99 que vendem pentes do Zé Bonitinho.


A natureza precisou abrir alas, porque o homem queria passar. Foram-se as árvores, entraram as casas. Primeiro, toscos improvisos de palha e madeira; com o passar do tempo, casarões da época de ouro do café; até chegar ao prédio que abriga a redação da Folha de S. Paulo. Se uma máquina do tempo o jogasse para cinco séculos atrás, você não precisaria sintonizar no Discovery Channel para entender a vida como ela era. Pense nisso.

Exercício de classe - Luiz Gustavo

População de cidade no interior de SP quadruplica em dez anos

A divulgação, ontem, pelo IBGE, dos mais recentes dados sobre crescimento populacional no Brasil, revelou que a pequena cidade de Árvore Grande, interior de SP, apresenta o maior crescimento populacional relativo do país nas últimas décadas. Ali, houve 326% de aumento populacional nos últimos dez anos.

A preocupação em relação ao fenômeno – e ao grande aumento de favelas provocado por ele - vem transformando o local em alvo de discussões sobre planejamento urbano. João Verde, prefeito da cidade, afirmou que a instalação de indústrias e casas de eventos – como o Teatro Royal, inaugurado na década de 1940 – contribuíram consideravelmente para a superlotação no centro da cidade, e que sua administração vem “fazendo de tudo para abrigar cada vez melhor a população”.

No ano passado, o prefeito aprovou a construção de um complexo industrial na região central de Árvore Grande, afirmando, na época, ser “necessário atrair mais trabalhadores para a cidade, para que, com eles, venha o desenvolvimento”. Sua inauguração está prevista para março de 2012.